17 de abril de 2013

Eu sou você amanhã…


O DIA

 ENTREVISTA COM BRUNINHO
Qual o balanço dos seis meses de volta ao Rio?
É especial fazer parte desse projeto, de um time em que a gente se deu muito bem. Quase toda a semana estou na casa dos meus avós e na do meu pai, com minhas irmãs. Tem os tios, os primos. Minha mãe vem para cá com mais frequência do que ia para Florianópolis.
Jogar a final por uma equipe do Rio, no Maracanãzinho, é especial?
Acredito que cada ano tem a sua diferença, o seu sentimento especial. Faz trinta e poucos anos que o Rio não vence o Brasileiro e, pela final ser no Maracanãzinho, é uma motivação grande fazer com que o povo carioca volte a respirar o vôlei como nos anos 80.
Você já foi ouro no Maracanãzinho, no Pan 2007. Quais são as recordações?
Foi um conquista marcante, pelo momento que a gente passava, de provação para mim, depois do corte do Ricardinho, e para a Seleção também. Foi especial, com o ginásio lotado em todos os jogos.
Você pensa em ir tão longe no vôlei como a Fofão?
Eu sou fominha. Mas a Fofão é impressionante, com 43 anos, jogando em alto nível, sendo campeã brasileira. Se eu pensar que daqui a 17 anos eu estarei em quadra ainda… É uma vida, né? Eu penso em ir até os 38, pelo menos.
Você sofreu uma pancada na mão e torceu o tornozelo esquerdo. Foi uma temporada de superação?
Faz parte passar por lesões. A mão me incomodou e é o meu maior instrumento de trabalho. Tinha medo que pudesse ficar crônico. O pé foi num momento que acontece com qualquer jogador. A vontade de estar na quadra me fez recuperar o mais rápido possível.
Foi um tratamento intensivo para os playoffs?
Lembro que acordava de madrugada e falava: ‘Preciso fazer gelo’. Dormia com meia para não inchar o pé, dormia com o pé para cima e fazia piscina duas vezes por dia.
A disciplina ajudou?
Sou muito disciplinado. De repente, eu não sou o mais talentoso do mundo ou o mais habilidoso, como o Maurício foi, mas é na disciplina que vou conseguir me destacar.
Herdou o gosto pela leitura do seu pai?
Gosto. Estou lendo ‘Jogando para vencer’. É da série em que meu pai faz comentários dentro de um livro. Esse é de um técnico de basquete universitário dos EUA (John Wooden), que só ficava satisfeito se os jogadores se entregassem ao máximo. Tento chegar à noite, deitar a cabeça no travesseiro e saber que fiz tudo o que podia. E ganhei ‘O Leão da Toscana’.
Você chegou ao RJX ainda tentando digerir a derrota na Olimpíada?
O  início foi complicado, fiquei um tempo bem arisco, ficava bravo por qualquer coisa. Era um pouco dos resquícios da Olimpíada. O que me ajudou foi um trabalho que vinha fazendo. É um pouco de ioga com alongamento, com o mestre Orlando Cani, que fiz até janeiro. Um lance de respiração que me ajudou para me acalmar, entender melhor e tirar alguma coisa positiva para trabalhar mais para me motivar para o futuro. Consegui nessa temporada me recuperar de alguma maneira da derrota e chego na decisão numa fase boa, feliz e pleno de tudo o que fizemos até agora.

ENTREVISTA COM BERNARDINHO
O Rio tenta ser campeão brasileiro com um time masculino depois de 32 anos. A última vez foi com o Atlântica Boavista, em 1981, com você na equipe. Quais recordações você tem daquela conquista?
O Maracanãzinho estava lotado, a capacidade era maior do que é hoje, na final contra uma grande equipe de São Paulo, a Pirelli. Foi um título numa nova fase que surgia, da profissionalização do vôlei, dos grandes patrocínios, da Geração de Prata surgindo no país (três anos depois, Bernardinho foi vice-campeão olímpico nos Jogos de Los Angeles). Foi um momento muito especial e um título muito importante.
Você vai ao Maracanãzinho para a final entre RJX e Cruzeiro?
Se eu for ao jogo, será como anônimo, como pai e não como treinador.
Como é separar o lado de pai e técnico da Seleção masculina nessa hora?
Como técnico, eu observo os jogos, eu gravo e assisto às partidas. Mas, se eu for, será como pai.
Bruno pode ser o jogador mais vitorioso da Superliga, com seis títulos, se o RJX superar o Cruzeiro. É um orgulho ver a trajetória dele?
Sem dúvida. Ver seu filho escolher um caminho, se dedicar e ter sucesso é o orgulho de qualquer pai. É ver que ele está trilhando um caminho bacana na carreira. Ninguém pode dizer que é uma influência de nada. Porque são cinco títulos de Superliga, quatro jogando como titular. Demonstra o valor dele e a importância dele em seus clubes. Contra fatos não há argumentos. Fico feliz que ele tenha chegado à final. Mas a gente sabe que o Cruzeiro é um grande time. Já foi a equipe campeã do ano passado e, reforçada neste ano, é um adversário muito forte. Tenho certeza de que o Rio vai ter que ter todas as suas peças funcionando bem para jogar de igual para igual.
O Bruno tem mais de 360 mil seguidores no Twitter. Você aderiu à rede social só agora. Como tem sido a experiência?
É mais para compartilhar algumas ideias. Eu falei sobre a partida do Messi no Barcelona contra o Paris Saint-Germain, a postura dele, de entrar machucado. Eu falei dos ídolos do esporte, citei o Messi e falei que não há como não reverenciá-lo. Depois, dei a indicação de um livro.
Curiosamente, você acabou de ler ‘O Leão da Toscana’, que o Bruno iria começar a ler. O que achou?
Foi um herói da Segunda Guerra. É um misto, fala da vitória do Tour de France, tem a história da Segunda Guerra, de heroísmo e da pessoa se entregar a uma causa (o livro conta a história do ciclista italiano Gino Bartali, que ficou conhecido por ter ajudado famílias judias quando a Itália foi ocupada por tropas alemãs em 1943 e 1944).
Fora das quadras, você já revelou que vai participar de uma prova de ciclismo em Nova Iorque. Será só hobby ou o lado competitivo estará presente?
É uma prova, mas a ideia é completar bem. A competição é essa: eu comigo mesmo. Esse é o meu objetivo.


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