Atrás do tricampeonato da Copa do Mundo de vôlei, o Brasil deixou escapar na rodada desta terça-feira (22) os primeiros pontos no Japão. E logo diante de um de seus maiores rivais. Inspirada, a Itália abriu o clássico em vantagem e fez jogo duro com os brasileiros até o set de desempate.
No final, mostrou mais competência para colocar a bola no chão e fechou a partida em 3 sets a 2, parciais de 25/16, 20/25, 18/25, 25/21 e 22/20. A derrota custou caro ao Brasil, que perdeu a liderança do classificatório olímpico e se viu dois pontos atrás da Polônia. Já a Azzurra subiu para o quinto posto.
Agora, italianos e brasileiros fazem as malas e partem para Kumamoto, onde jogam a segunda fase da competição. A seleção de Bernardinho é a primeira a pisar em quadra, às 4 horas (de Brasília) desta quinta, diante da sempre difícil Rússia. Mastrangelo e companhia têm vida mais tranquila, com a China pela frente, a partir das 7h20.
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Brasil perdeu para a Itália no tie-break
Brasileiros iniciam mal clássicoO técnico Bernardinho repetiu a escalação do duelo com os Estados Unidos e mandou para a quadra Marlon, Leandro Vissotto, Giba, Murilo, Lucão, Sidão e Serginho. Mas os craques demoraram a entrar na partida. Ao contrário da Itália, que partiu mais atenta e fez logo 6 a 3, após um ace do levantador Travica.
Nada que abalasse a seleção, que anotou dois pontos seguidos e encostou nos italianos. Mas a reação de Giba e companhia durou até aí. Com uma virada de bola falha, a equipe verde-amarela deixou os europeus abrirem frente. Nem o saque, fundamento que funcionou bem nos dois primeiros jogos, encaixou do lado brasileiro.
Com isso, o plano de jogo do Brasil ficou comprometido. A Itália se aproveitou do set ruim dos rivais para ganhar moral. Lasko, com sua canhota poderosa, fez o elenco de Mauro Berruto tomar gosto pela partida e jogar o tempo todo com ampla vantagem no marcador. De forma tranquila, a Azzurra marcou 25 a 16 e virou de quadra com moral.
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Itália abriu melhor a disputa em Kagoshima
Seleção se arruma e empataFazer dois sets ruins estava fora dos planos da seleção. Por isso, o time usou a parada de uma parcial para outra para se ajustar. E Bernardinho nem precisou mudar as peças da equipe para fazê-la reagir. O mesmo sexteto mostrou à Itália, no segundo set, que o jogo ruim do primeiro havia sido apenas um acidente de percurso.
E aí foi a vez de Sidão aparecer e mostrar por que colocou Rodrigão no banco. Firme pelo meio, o camisa 5 virou a bola de segurança de Marlon. Com isso, o elenco tomou as rédeas do clássico logo no princípio. A Itália chegou a esboçar uma reação a partir das mãos de Lasko, mas em nenhum momento conseguiu ultrapassar os velhos rivais.
O jogo se manteve parelho até o 17º ponto do Brasil (17/15). Mas, com um erro de Savani e um bloqueio bem postado na rede, o time de Bernardinho abriu boa diferença no marcador. A Itália sentiu o melhor momento dos adversários e não os alcançou mais em quadra, tomando 25 a 20, placar que determinou o empate de 1 set a 1.
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Brasil levou a melhor nos dois sets seguintes
Giba e cia. viram para cima da AzzurraMais confiantes em quadra, os brasileiros logo assumiram o controle do terceiro set. Mas o elenco de Berruto acabou rápido com o moral dos sul-americanos e foi à frente do placar para a primeira parada técnica. A parada fez bem à seleção, que assimilou as orientações de Bernardinho e passou a ditar o ritmo do confronto.
Giba foi no embalo da equipe e teve uma boa passagem pelo saque, enquanto Murilo se encarregou de pontuar no ataque. Marlon também deixou sua marca ao colocar, de segunda, a 14ª bola em solo europeu (14/10). Em momento mais inspirado, foi o Brasil a provocar a segunda parada técnica.
Assim como na parcial anterior, a Azzurra não conseguiu incomodar mais os brasileiros na reta final da disputa. Mantendo-se sempre à frente, o elenco de Bernardinho tratou de administrar a vantagem até o 25º ponto. Ponto que teve a assinatura de Murilo, que mostrou categoria para fechar o terceiro set.
Brasil abusa dos erros nos saqueA necessidade da vitória fez a Itália arriscar mais no quarto set. Com um bom trabalho no saque, a Azzurra pressionou os brasileiros na recepção. Até Serginho, um especialista no assunto, falhou duas vezes na sequência e deu ainda mais confiança aos europeus no fundamento.
Apesar disso, o Brasil jogou o tempo todo colado com a Itália no marcador. E só não avançou porque abusou dos erros no saque. Foram duas, três passagens erradas dos comandados de Bernardinho pelo fundo de quadra. A situação só não ficou mais desfavorável porque, na linha e frente, Sidão tratou de comandar o ataque.
E foi o mesmo Sidão que deu um ânimo maior ao encaminhar bons saques para o outro lado da quadra. Sempre no viagem, o central fez a linha de passe rival bater cabeça e, com isso, a seleção foi a 17 a 17. Assim que o empate se concretizou, Berruto parou a partida. A Azzurra se acertou e chegou primeiro aos 25 pontos.
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Festa Azzurra nos dois últimos sets
Tie-break com cara de set normalO empate deu novo ânimo para Itália, que seguiu agressiva no tie-break. Do lado brasileiro, Sidão mais uma vez mostrou ser o melhor caminho para os pontos. E foi com ele que Marlon forçou sempre que teve a bola nas mãos. Já as bolas abertas não tiveram a mesma eficiência. Giba ainda preferiu a técnica à força para marcar pontos.
Murilo, ao contrário, não teve o rendimento de sempre e pontuou pouco. A disputa acirrada teve a todo instante um novo líder e inúmeros empates. No final, a Itália reclamou, e com razão, de uma bola boa de Lasko. A arbitragem mostrou miopia para marcar ponto favorável aos brasileiros.
A equipe de Berruto não gostou, mas não conseguiu mudar a decisão dos árbitros. Mas os italianos não perderam a concentração e seguiram no mesmo ritmo dos brasileiros. A parcial foi longa e se estendeu até o 22º ponto, marcado por Travica, de ace, que culminou com a primeira derrota do Brasil na Copa do Mundo.
