14 de novembro de 2010

Bruninho abre a casa e mostra que uma de suas marcas é a simplicidade, em todos os aspectos


Bruno Mossa de Rezende, o Bruninho do vôlei e ponto final. Ficou no passado a necessidade de colocar logo após o nome a explicação: filho do técnico Bernardinho.

Absoluto na posição de levantador da Seleção Brasileira e da Cimed, em Florianópolis, Bruninho mostra na fala mansa, mas convicta, que sabe a que veio. A tranquilidade e a segurança natural foram essenciais para que superasse duros julgamentos, como “só está lá porque é filho do técnico”.

– Eu ficava chateado, mas sempre transformava isso em combustível para mostrar que eu tinha condição – contou.

Bruno recebeu a reportagem do Donna no apartamento alugado onde mora – um espaço simples para um astro da Seleção. Mas tudo a ver com o jeitão dele. Havaianas nos pés, short, camisa de treino e nenhum lapso de tensão durante uma hora de entrevista. Nem quando falou sobre aquele que não precisa mais estar após o seu nome, o pai.

Apaixonado por Florianópolis e por pegar “jacarés” nas praias da Ilha, comprou um imóvel por aqui que fica pronto no final do ano, apesar de ter certeza que vai jogar fora do Brasil.

– Já tive algumas propostas, mas recusei porque ainda sou muito novo (ele tem 24 anos). Gosto de estar com a família e os amigos. Me sentiria muito sozinho lá. Daqui uns cinco anos, de repente, já estou casado e será melhor.


Nascido no Rio de Janeiro, Bruninho chegou a Florianópolis aos 17 anos, para jogar profissionalmente. No primeiro ano, dividia um apartamento no Estreito com quatro colegas. O salário era de início de carreira.

– Uma vez acabou todo meu dinheiro. Decidi que não pediria ao meu pai. Tinha que saber me organizar melhor. Passei três dias sem grana nenhuma, mas não pedi – contou.

Surpreendente? Não para a mente de um futuro craque. A cabeça de Bruninho voa bem mais longe do que o aqui e agora. Acredita que precisa melhorar a visão de jogo e ser um jogador mais completo. Para isso, não bastam as seis horas diárias de treino. Em casa, gosta de ler biografias de atletas consagrados. A última que leu foi Open, do tenista Andre Agassi.

– Derrotas são difíceis. Fico dois dias meio estranho, com o jogo passando na cabeça para tentar entender onde errei. Mas depois vou em frente. Minha motivação é sempre o próximo jogo.

Bruno não se contenta com os louros colhidos e não deixa a graça virar arrogância:

– Até porque meu pai me cortaria as pernas – brinca, sobre mais uma das citações de Bernardinho. Mas aqui ele não surge como o técnico da Seleção. É só o pai do Bruninho do vôlei.

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