"Engasgado" com desrespeito, Bruninho promete revanche contra Polônia
No último domingo, na Polônia, o Brasil perdeu para os donos da casa e
acabou ultrapassado pelos adversários na tabela da primeira fase da Liga
Mundial de vôlei. De acordo com o levantador Bruninho, os jogadores da
equipe europeia desrespeitaram os brasileiros em declarações após o jogo
e agora, em solo tupiniquim, terão de lidar com a reação aos
comentários.
"Está engasgado. Isso é o que eu acho, e alguns ainda concordam comigo. A
gente nunca tinha perdido para eles. Agora que perdeu, a gente percebeu
uma falta de respeito deles", comentou o jogador em entrevista após os
treinos de quarta-feira, no Ginásio Adib Moyses Dib, em São Bernardo do
Campo (SP).
Segundo o levantador, que passou à reserva com o retorno de Ricardinho
ao time, o apoio dos torcedores será fundamental para o Brasil dar o
troco aos poloneses, depois de perder dois jogos para os rivais - a
Polônia também derrotou a Seleção na primeira etapa, no Canadá.
"Quando a gente vencia, a gente nunca fazia isso com ninguém. Então eu
acho que agora é a hora de entrar com a faca nos dentes para vencê-los e
passar à semifinal. A gente tem que aproveitar a energia da torcida
para a gente conquistar esses pontos para ir à diante", disse Bruninho.
Bernardinho, pai do atleta e técnico do Brasil, também desaprovou a
atitude dos poloneses. No entanto, o treinador teme que o desequilíbrio
emocional interfira negativamente no desempenho da equipe.
"As coisas não foram agradáveis (na Polônia), mas acho que isso é coisa
de quem sempre esteve atrás e teve o seu momento de glória. A gente não
pode deixar de forma alguma que o emocional tome conta desse momento,
que é muito racional, de preparação", afirmou o comandante. "O que a
gente tem de fazer é entrar na quadra e dar o melhor. Cada um toma da
sua forma. Se tiver alguma reação por conta das palavras trocadas, que
seja uma motivação dentro da quadra."
O Brasil enfrenta a Polônia, pela terceira fase da Liga Mundial, às 9h45
(horário de Brasília) no próximo sábado, no Adib Moyses Dib. Antes, na
sexta-feira, o time comandado por Bernardinho joga contra a Finlândia,
enquanto no domingo, pega o Canadá, sempre no mesmo local e horário.
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ao vivo e em alta definição (HD) todas as modalidades dos Jogos
Olímpicos de Londres, que serão realizados entre os dias 27 de julho e
12 de agosto de 2012. Com reportagens especiais e acompanhamento do dia a
dia dos atletas, a cobertura contará com textos, vídeos, fotos,
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Bruno diz ter disputa sadia com Ricardinho na seleção de vôlei
Ao atender o telefone, Bruno logo avisa: "Olha, não quero saber de polêmica".
O levantador concedeu entrevista à
Folha ontem à tarde. Pela
manhã, foi um dos alvos preferenciais dos repórteres em São Bernardo do
Campo, onde ocorrerão os jogos do Brasil pela Liga Mundial neste fim de
semana.
A maioria das perguntas era relacionada à sua disputa por titularidade
com Ricardinho, que retornou à seleção depois de cinco anos.
"Não é que eu fique incomodado com as perguntas, mas não há polêmica.
Está tudo na paz. A seleção é maior que Bruno, Ricardinho, Giba,
Murilo... Não quero ter que desafiar alguém da minha equipe, e sim
adversários."
Em 2007, com apenas 21 anos, Bruno enfrentou um dos momentos mais constrangedores de sua carreira.
Após Ricardinho ter sido cortado, o filho do técnico Bernardinho
tornou-se alvo de vaias de parte da torcida que assistia aos jogos do
Pan do Rio no Maracanãzinho.
Cinco anos depois, os levantadores voltam a duelar, mas em condições diferentes.
Na época, Bruno era apenas o terceiro levantador, atrás também de
Marcelinho. Nem de longe ameaçava a titularidade inquestionável de
Ricardinho, eleito o melhor da Liga Mundial de 2007.
Hoje, contudo, Bruno duela pela titularidade em igualdade de condições
e, a julgar pelas atuações de ambos nos seis primeiros jogos da Liga
Mundial, leva até vantagem.
"Sempre me espelhei no Ricardinho. Isso me ajuda", comenta Bruno. "Claro
que estou melhor hoje do que em 2007, mas sei que ainda posso crescer
e, com a chegada dele, minha evolução pode ser ainda maior."
Ele faz questão de minimizar a rivalidade e mostra-se contrariado quando é comparado com o veterano.
"É o tipo de comparação que o brasileiro gosta de fazer. O Neymar é
melhor do que o Pelé? Não tenho ambição de ser melhor do que ninguém.
Quero fazer o melhor pra o Brasil ganhar."
A possibilidade de não ser titular na Olimpíada de Londres não o assusta.
"Lógico que vou querer jogar, mas tenho muito respeito. Meu papel é
ajudar no que for preciso. Se eu estiver dentro de quadra, vou tentar
fazer o melhor. Se eu estiver de fora, vou tentar ver alguma coisa que,
dentro de quadra, fica mais difícil de ver."
Para ele, difícil mesmo é convencer a todos que está na seleção por méritos próprios e não por ser filho do técnico.
"Cada convocação é um desafio. Tenho que matar um leão por dia, mostrar sempre que mereço estar aqui."
Bernadinho vê vantagem na atuação do filho na seleção
Em seis jogos na Liga Mundial, o Brasil acumula três derrotas. Nas três
ocasiões, Ricardinho entrou como titular. Já as vitórias ocorreram quase
sempre graças ao bom desempenho de Bruno dentro da quadra.
O técnico Bernardinho tem feito grande rodízio entre os levantadores,
dando inclusive mais oportunidades a Ricardinho, para que ele ganhe
entrosamento com a equipe. Atualmente, no duelo interno, Bruno leva
vantagem na avaliação de seu pai e treinador.
"Sinto hoje que o Bruno está melhor, mais entrosado com a equipe. Mas
quero dar mais oportunidades para o Ricardo para que eles cheguem à
Olimpíada de Londres em igualdade de condições", afirmou o técnico da
seleção. "A disputa está honesta, que é o mais importante. A volta do
Ricardo tem a ver com esse espírito."
Até Ricardinho reconhece que precisa melhorar. "Falta bastante ainda.
Tenho melhorado a cada fim de semana, mas falta muito ainda", disse.
Vice-líder do Grupo B, o Brasil enfrenta na sexta-feira em São Bernardo
do Campo a Finlândia. No sábado, o rival é o Canadá e, no domingo, a
Polônia, primeiro lugar da chave.