12 de agosto de 2012

Brasil deixa escapar o tri após virada russa

 Dois sets vencidos e um passo para o tricampeonato olímpico. No script do Brasil, bastava vencer a terceira parcial para completar a festa iniciada pelas meninas, no sábado (11), em Londres. E tudo levava a crer que assim terminaria. Mas dois match points perdidos ressuscitaram um adversário que parecia conformado com a prata.  

Não bastasse, fizeram Vladimir Alekno colocar em prática sua porção Professor Pardal. O central Muserskiy virou oposto, enquanto o oposto Mikhaylov foi transformado em ponteiro. A mudança deu gás novo à Rússia, que engoliu o Brasil nos dois sets seguintes. E a ousadia do treinador abriu espaço para o primeiro ouro olímpico da história russa, campeã pela primeira vez como país independente.
 
Por 3 sets a 2 (19/25, 20/25, 29/27, 25/22 e 15/9), o time de Alekno impediu neste domingo (12) o sonhado tricampeonato do Brasil, que pela segunda vez consecutiva precisou se contentar com a prata. Uma conquista que teve como protagonista máximo Muserskiy, um gigante de 2,18m que colocou a Rússia nas costas na virada épica. Ao todo, foram 31 pontos marcados pelo nome da última partida do vôlei nos Jogos de Londres.
 

                                                                         Divulgação/FIVB

Brasil fica com a prata em Londres

Brasil começa arrasador e não dá chances à Rússia

Com Murilo abrindo os trabalhos, o Brasil começou o duelo com os russos deforma arrasadora. Sem confiança na recepção e muito menos no ataque, Mikhaylov e seus companheiros sofreram para derrubar bolas na quadra brasileira. Por sua vez, Serginho comandou a boa atuação da defesa do Brasil e Bruninho não decepcionou no levantamento e fez ótima distribuição.

Neste ritmo, o Brasil logo abriu 5 a 1 e Vladmir Alekno foi obrigado a tomar a primeira providência: trocar de levantador. Entrou Butko no lugar de Grankin. Mas nada mudou, pois o bloqueio brasileiro chegou inteiro em praticamente todas as bolas e assombrou a virada de bola russa.

Pressionados, os europeus precisaram encontrar outra maneira de marcar pontos. Então, sobraram largadinhas, que, em alguns momentos, pegaram os brasileiros despreparados. Mas nada que prejudicasse o esquema da equipe amarela, que se ajustou às armas russas e fechou sem problemas a parcial em 25 a 19.
 
                                                                         Divulgação/FIVB

Volume de jogo do Brasil faz a diferença no início do jogo


Rússia não dá conta e Brasil abre 2 a 0
A história parecia que se inverteria no segundo set, em que a Rússia começou com Tetyukhin no saque e abriu 2 a 0. Mas o Brasil não se intimidou e logo recuperou o controle da partida. Foi a vez de Murilo ir para o serviço, o que deu ânimo para o bloqueio e os contra-ataques funcionarem. Sidão e Dante também tiveram boas passagens no saque e colaboraram para esticar o placar a favor do time sul-americano (8/4).

Os russos não desistiram e, com dois erros de ataque de Dante e Wallace, conseguiram encostar de forma perigosa, obrigando Bernardinho a pedir tempo (16/14). A parada fez bem ao Brasil, que bloqueou duas vezes seguidas os rivais e voltou a liderar bem o marcador (19/15). Foi a vez, então, de Alekno parar o jogo.

O jogo ganhou em emoção. Lindos ralis começaram a empolgar a torcida, que parecia em sua maioria brasileira no Earls Court. Os gritos de “lê, lê lê ô, lê lê ô, Brasil”, embalaram o jogo verde-amarelo até o final da parcial e nem mesmo Tetyukhin, que se tornou a bola de segurança do levantador, conseguiu passar pelo bloqueio do Brasil. Uma hora Lucão, em outra Sidão, em mais outra Wallace... neste ritmo, o Brasil deu um show aos pais do bloqueio e fecharam em 25 a 20. 

                                                                         Divulgação/FIVB

Wallace ignora paredão pesado dos russos
 
Alekno faz mudanças na equipe e leva o terceiro set 
Sem saber mais o que fazer para parar o Brasil, Alekno mandou Milhaylov para a ponta e deixou Muserskiy como oposto. O camisa 13 assumiu bem a responsabilidade de ter o dever de colar as bolas no chão e deixou a defesa brasileira de cabelos em pé. Assim, o jogo ganhou um equilíbrio até então não presente em quadra e os europeus chegaram ao primeiro tempo técnico à frente, com 8 a 7.

Aos poucos, o Brasil conseguiu ajustar o saque em cima de Mikhaylov e tirar a facilidade russa na armação das jogadas. O resultado foi bom, pois a equipe de Bernardinho voltou a liderar o placar (13/10). Os russos não desistiram e tome bola para o gigante Muserskiy, que virou tudo e não deixou os vencedores deslancharem (15/15).

A parada obrigatória fez bem aos brasileiros, que voltaram para a quadra logo com um ace de Lucão e um erro da Rússia. Então, não restou outra alternativa aos europeus que não fosse parar o jogo. De nada adiantou, pois Wallace tratou de mostrar que o Brasil não sentia a pressão pela proximidade do título.

Alekno não desistiu de tentar dar jeito em sua equipe e tirou Mikhaylov para dar lugar a Berezhko. A Rússia chegou a encostar e deixar a diferença para 1 ponto, mas Bernardinho ainda tinha tempo para pedir. Logo na volta, ponto de saque russo e placar empatado em 22. Mais uma parada solicitada pelo técnico brasileiro, que deu certo desta vez, pois Wallace carimbou o chão do outro lado da quadra. Mas Muserskiy virou todas e levou o terceiro set para os russos, que fecharam em 29 a 27.

                                                                                                 Divulgação/FIVB

Rússia, de Tetyukhin, renasce após os dois primeiros sets

Rússia ganha confiança, morre no final, mas leva jogo pro tie-break

Giba voltou no lugar de Dante para o quarto set, pois o titular sentiu o joelho. Por sua vez, a Rússia manteve o embalo adquirido na parcial anterior e deixou o jogo novamente equilibrado. Mas os russos não contavam com as bombas de Sidão, que com bons saques levou o placar para 6 a 4 favoráveis ao Brasil. 

A vingança russa veio logo na sequência, depois de aproveitar um contra-ataque e bloquear Lucão. Assim, os europeus chegaram à primeira parada técnica com vantagem de 8 a 7, que subiu mais devido à queda que o Brasil teve na recepção, virada de bola e bloqueio. Com 15 a 12 contrários no placar, Bernardinho parou o jogo, mas logo na volta, um ace para a Rússia e diferença de quatro pontos (16/12).

Logo após um bloqueio em cima de Giba, Thiago Alves foi para a quadra e, na primeira bola que bateu mandou para fora (20/14). Os gritos de “Brasil, Brasil” embalaram o time verde-amarelo, que vivia o pior momento no jogo. Com boa passagem de Lucão no saque, a Rússia voltou a errar e Alekno logo queimou os dois pedidos de tempo que ainda tinha. O ritmo e a confiança voltaram aos poucos ao time brasileiro, que se recuperou. Mas a vantagem dos russos era grande demais e eles fecharam em 25 a 22.

                                                                                           Divulgação/FIVB

Wallace tem trabalho para avançar sobre marcação rival

Rússia se consagra e é campeã olímpica

Bernardinho não quis saber de dar sorte para o azar e voltou com Dante novamente em quadra, mas quem largou na frente foram os russos. Desatenta, a equipe brasileira não acertou os saques e deixou os rivais jogarem livres. Ao ver o placar apontar 6 a 3 para a Rússia, Bernardinho parou o jogo. Mas a boa apresentação dos europeus seguiu firme, ao passo que a seleção não evoluiu, o que deixou o placar em 8 a 4.

Sem ter o que fazer, novamente o técnico brasileiro parou o jogo, mas Muserskiy seguiu virando tudo e mais pouco e não permitiu a reação brasileira. De ponto em ponto, e bem também na defesa a Rússia seguiu rumo ao título. A emoção ficou ainda maior quando os russos pensaram que o jogo havia terminado após um bloqueio para fora do Brasil, mas a arbitragem marcou invasão por baixo (14/9). Mas, a festa não terminou, pois na sequência a estrela máxima do jogo, Muserskiy, sempre ele, finalizou em 15 a 9. 

MATÉRIA RETIRADA DO SITE: http://www.saqueviagem.com.br

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